Pela primeira vez, um militar do Comando da Aeronáutica (COMAER) foi selecionado pela Organização das Nações Unidas (ONU) para trabalhar no Quartel-General em Nova Iorque (EUA). Após um processo seletivo de 8 meses, o Coronel Aviador Luis Eduardo Pombo Celles Cordeiro foi escolhido para trabalhar na Unidade Projetos, Planejamento e Treinamento do Serviço de Transporte Aéreo como especialista em Sistemas de Aeronaves Remotamente Pilotadas (SARP) e de Inteligência, Vigilância e Reconhecimento (IVR) Aerotransportados.

Esse tipo de recrutamento ocorre por demanda de especialistas para apoio em determinadas tarefas cujo próprio pessoal da ONU não possui conhecimento, e concorrem candidatos indicados pelos mais de 190 Estados membros.

Nesse caso específico, o militar irá apoiar o recém-criado “UAS and Airborne ISR Category Management”, do Departamento de Apoio Operacional, em três projetos: desenvolver e implementar um programa visando melhorar a gestão e a governança na geração e/ou aquisição de SARP e sistemas IVR Aerotransportados (militares e civis); harmonizar os programas de treinamento de SARP e IVR Aerotransportados para clientes e parceiros da ONU; e desenvolver e implementar uma Comunidade de Prática (CoP) que permitirá a troca contínua de informações e melhores práticas, visando eficiência nas diferentes atividades relacionadas a SARP e IVR Aerotransportados em apoio às Missões da ONU.

“A presença de militares da FAB no Quartel-General da ONU é um reconhecimento ao alto grau de profissionalismo do nosso pessoal quando desdobrados em Missões de Paz”, ressaltou o Chefe da Subchefia de Coordenação de Missões de Paz do EMAER (2SC5), Coronel de Infantaria José Paulino Junior.

Atualmente, há 14 militares em missões individuais e, somente em 2023, foram selecionados três candidatos para vagas de interesse do COMAER: Especialistas em Transporte Militar, em SARP/IVR Aerotransportado e em Treinamento de Pessoal. "Todos eles alcançaram a última fase do processo, composta por uma short-list de três a cinco candidatos submetidos a uma entrevista oral”, acrescentou o Coronel Paulino.

Para o Coronel Celles, esse grau de sucesso se deve a uma demanda da Segunda Subchefia do EMAER que, atendendo a uma Portaria do Ministério de Defesa, passou a realizar ações que permitam incrementar a quantidade de especialistas em operações de paz, com currículos mais competitivos, a fim de que possam ocupar cargos de relevância no contexto das atuais missões ou na sede da ONU em Nova Iorque. "Isso fez com que a FAB praticamente dobrasse o número de militares que têm a oportunidade de apoiar uma missão de paz", destacou o Oficial.

Uma vez recebida a solicitação, a 2SC5 verificou que seria necessário implementar uma progressão operacional para que os militares pudessem ser preparados, desde a seleção, passando pela especialização até a indicação para um posto no Quartel-General da ONU. Com isso, foi criado um plano de carreira para militares que se especializam em Missões de Paz da ONU, que permite ao veterano de missão contribuir com a instrução de novos candidatos, na elaboração de documentos e na participação de Grupos de Trabalho ao mesmo tempo em que incrementa seu currículo visando uma possível demanda da ONU.

“Posso dizer que, independentemente da vontade de se especializar ou não, participar de uma Operação de Paz é uma oportunidade marcante em nossa carreira, e acredito que, cada vez mais, teremos um leque maior de oportunidades para os que se identificam com a atividade”, finalizou o Coronel Celles.

Fotos: Arquivo pessoal